quinta-feira, 18 de julho de 2013

A PENA CAPITAL - 1º ANO NOTURNO

Baseados no poema de Carlos Drummond de Andrade “Eu, Etiqueta”, os alunos do 1º ano do ensino médio noturno receberam a missão de criar poesias na aula de sociologia com a temática do consumismo praticado na cultura do capitalismo. Diante das obras apresentadas, obteve destaque o poema dos alunos Isaac e Sabrina.
Vale apena conferir:

A Pena Capital

Desde os primórdios de nossa existência
Sempre tivemos uma  certa carência
Tentamos preencher com coisas materiais
Querendo comprar uma falsa paz

E qual é a pena para nossa ganância?
Além, é claro, de perdermos a infância...
Afinal, qual é a pena para todo esse mal?
Tudo que nos resta é a pena capital

Podem pôr a culpa no capitalismo
Eu digo que é apenas o seu egoísmo
Logo você que tanto tem
Tirando de quem não vive sem

Você condena aquele que rouba pão
Pelo motivo de não ter um tostão
A culpa de roubarem é toda sua
Tirando-o de casa e mandando pra rua

Você chama de justo
Ganhar a todo custo
Semear pelo mundo a miséria
Acha que não é coisa seria

Queria eu condenar-lhe pelos atos
Pôr-lhe cara a cara com os fatos
E qual seria a sua pena?
Essa sim seria justa e plena

Seu dinheiro de nada valeria
Pois é tudo o que você teria
Um castigo por todo mal
Dou-lhe a pena capital!

Você não teria mais nada
Nem seus amigos, nem sua amada
Não teria felicidade, alegria jamais
Só teria dinheiro e nenhuma paz!

Não é que eu seja má pessoa
Não sou de condenar a toa
Mas sua obsessão é algo doente
Consumindo desenfreadamente

Mas afinal,

De você não tenho raiva, tenho pena
Um bolso tão grande, uma alma tão pequena
És tão pobre que tudo que tens é metal e papel
Enquanto eu, eu tenho o mar, a terra e o céu.


(Poema de Isaac Vicente e Sabrina Vicente)